O
evento realizado pela Acesso, empresa júnior de comunicação da UFJF, pautou-se
em Jornalismo Cultural, contando com a participação de representantes de
variadas vertentes da área.
Apesar das divergências culturais e do contraste vivido pelo jornalista, ele disse que aprendeu muito com a experiência de produzir um programa em outro país, com uma cultura completamente diferente pois, antes de ir para a Angola, Bruno nunca havia trabalhado com televisão; ao chegar lá, a equipe angolana não tinha muita experiência; então, ele teve que organizar toda uma equipe, produzir todo um programa, o que refletiu em uma grande troca de experiências. E, além do mais, Bruno afirmou que, em termos pessoais, o que ele mais aprendeu foi a desapegar de certos preceitos morais e a valorizar mais o que é básico para sua vivência.
Logo após, o evento seguiu para a mesa
de debates, composta pela professora e fotógrafa Gleice Lisboa; Marco Victor,
idealizador do site sobre cinema, Cinefagia; Gustavo Burla, formado em
Filosofia e Jornalismo; e Bruno Calixto. A primeira a falar foi Gleice Lisboa,
que trouxe para o público toda a sua sensibilidade sobre o olhar fotográfico e
o despertar sobre a necessidade de se notar todos os detalhes que podem virar
fotografia, transformando-a em um retrato da realidade, mas de uma forma
peculiar, olhando para o que não é óbvio. Para o professor Burla, o fundamental
é a paixão que se deve ter naquilo que se faz. Assumiu que sim, a área não tem
o reconhecimento que deveria ter, cada vez mais as redações estão enxugando
seus setores sobre cultura, mas isso ocorre somente por um fator financeiro e
não porque ela não é relevante. E afirmou, ainda, que para ser um bom crítico é
de extrema importância uma bagagem cultural ampla e que a produção de um texto
crítico não precisa ser imparcial ou parcial, o que o crítico deve fazer é
escolher um lado, opinar sobre a obra e, sabendo a sua posição, minimizá-la para
que o leitor possa definir se concorda ou não com a crítica. O especialista em
cinema, Marco Victor, contou um pouco sobre o seu trabalho, como é ser crítico
de produções audiovisuais e deixou bem claro que é um trabalho árduo, pois ele
recebe montantes de materiais para assistir e tem que analisa-los e produzir
matérias de forma rápida e constantemente. Sobre o cinema nacional, ele disse
que ainda falta muito investimento do mercado no Brasil, mas que o cenário
democrático vem propiciando o seu desenvolvimento e sua valorização e que ele
espera que, eventualmente, o número de obras nacionais para analisar seja, pelo
menos, equivalente à Hollywoodiana.
Questionados sobre como o crítico deve
estabelecer o diálogo com o leitor, a mesa concordou que é de extrema
importância o embasamento teórico para uma boa crítica, mas que, antes de tudo,
é preciso vivência para se poder criticar. Portanto, quem se interessa por
cultura, deve viver cultura, ir a shows, teatro, cinema, tirar fotos, sair para
enxergar o mundo, a fim de poder analisa-lo.
O
evento encerrou com a fala de Felipe Martins, da Mídia Ninja, que apesar de não
ter se apegado tanto ao tema do evento, mostrou que a Mídia Ninja é uma fonte
de informação, de fato, alternativa às Grandes Mídias e que o objetivo dela é
mostrar aquilo que não passa em canais convencionais.
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