domingo, 1 de dezembro de 2013

Análise da crítica do filme "JOBS", por Pablo Villaça

(Pelo site cinemaemcena.com.br)


            Pablo começa sua crítica alegando ter um iPhone, e aponta a utilidade do mesmo em seu dia-a-dia. No entanto, ele subjulga o aparelho ao dizer que “não se trata da cura do câncer, de uma obra de arte inesquecível ou de um tratado filosófico”. Diz que teve a sensação de estar assistindo a uma comédia ao ver a cena inicial do filme, pois as pessoas aplaudem, exaltam um iPod ao ser apresentado pelo personagem-título como “uma ferramenta para o coração”. Villaça descreve: “Escrito pelo estreante Matt Whiteley, o longa reconta a história da fundação da Apple a partir da trajetória de Steve Jobs (Ashton Kutcher), que passa boa parte da projeção celebrando vendas recordes e apresentando invenções ‘revolucionárias’ para seus adoradores – e seu gênio para vendas pode ser constatado a partir da legião de fãs que atingem orgasmos múltiplos apenas com a menção de seu nome, atribuindo ao sujeito a responsabilidade por tudo de bom e justo que aconteceu no planeta nos últimos 30 anos”.
            Para ele, o longa falha ao jamais estabelecer uma conexão lógica ou mesmo alguma transição entre as várias fases e facetas do sujeito. Jobs traz constantes planos nos quais seguimos Steve Jobs enquanto caminha pelo campus, pelos corredores da Apple e em feiras de informática, como se acompanhássemos uma figura icônica – um ícone que permanece indecifrável e cuja natureza mutante se reflete nos figurinos. “O design de produção faz um trabalho exemplar não só de recriação de época (melhor: épocas), como também é hábil ao sugerir a atmosfera amadora do início da Apple e, posteriormente, o ambiente estéril e corporativo que tomaria conta da empresa. Este cuidado com a fidelidade, aliás, é exibido com orgulho nos créditos finais, quando vemos fotos das figuras reais ao lado dos atores que as encarnaram – e, ao longo da projeção, o cineasta inclui inúmeros planos abertos que têm, como único objetivo aparente, demonstrar como Ashton Kutcher aprendeu a imitar o caminhar típico de Steve Jobs”.
            Villaça critica profundamente o ator Ashton Kutcher, ao dizer que o tal “infelizmente, não consegue ir muito além de uma imitação em sua performance”; que sua “vida pessoal tem mais destaque que a profissional”; “ator naturalmente limitado, ele constantemente deixa clara a artificialidade de sua composição”, etc. No entanto, o defende ao destacar que “parte do problema de seu personagem deve-se mesmo ao roteiro, que falha em decidir-se não apenas com relação à natureza do protagonista, mas também de sua empresa”. Ele alega que o filme jamais se preocupa em esclarecer “o que a Apple representa”. “Quando pensamos na marca, o que deve vir à mente: produtos úteis no cotidiano e de design elegante ou as fábricas na China que exploram trabalho escravo, incluindo mão de obra infantil?” Para Pablo, o pecado de Jobs como narrativa é que, mesmo enxergando seu protagonista como um homem falho, o longa ganha tons reverenciais sempre que aborda a Apple como empresa.


Ismael Crispim




Um comentário:

  1. não era para ficar preso ao texto de origem, mas para dizer como o autor constrói a sua argumentação.
    subjulga - subjuga

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