sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

O que move o jornalista?



No último dia 28, a Acesso Comunicação Júnior realizou um evento na FACOM com o tema “Jornalismo Cultural: Opinião, Informação ou Entretenimento?”, que contou com a participação de excelentes palestrantes nas áreas abordadas.

Bruno Calixto, da Globo Internacional, nos apresentou um jornalismo mais aprofundado, capaz de transformar a realidade de um local que há pouco se viu livre das guerras e ainda se mantém em um regime ditatorial. Através de exemplos pessoais, ele nos fez mergulhar no mundo de Angola, em sua cultura, seus pesares e, principalmente, sua semelhança com o Brasil. Ele nos mostrou que o Jornalismo tem um dever social de não só manter o povo informado, mas também manter viva a cultura local e, na medida do possível, criar uma consciência crítica na população. Através dele, percebemos que, mesmo com a censura do governo e a possibilidade de correr perigo de vida por ser jornalista, estamos em uma profissão que devemos exercer com paixão, pois é ela que nos mantém conectados aos nossos objetivos.

A segunda palestrante, Gleice Lisbôa, nos mostrou como uma imagem pode chocar, fazer com que nos apaixonemos, nos instigar. Tudo depende de como mostramos isso. E é incrível como um número infinito de leituras pode ser feito, dependendo da bagagem cultural de cada um que a vê. Para ela, jornalismo é uma questão de percepção, de sentimento, e o próprio modo que ela falou me fez me apaixonar um pouquinho mais por essa profissão. A remuneração e reconhecimento é muitas vezes pequeno, mas a possibilidade que um jornalista tem em sua mão de falar com o mundo é única. Jornalismo é paixão.

Gustavo Burla, que se envolve com a área cultural de diversas maneiras – membro de um grupo teatral por muitos anos, que escreve suas crônicas e faz análise crítica no Cinefagia – também discute a forma como esse tipo de trabalho é visto. A percepção é tudo. E é essa característica que o faz tão incrível. Como supor a aceitação do público? Como saber de que forma proceder? Se tudo depende da percepção de cada um... E como querer trabalhar com isso, tendo apenas incertezas no caminho? Caímos no terreno da paixão.

Marco Barbosa, o último participante da mesa, ex-aluno da FACOM e criador do Cinefagia, site com conteúdo voltado para filmes e seriados, nos apresentou um pouco mais do seu trabalho como criador de conteúdo do site. Ele, que tem uma série de filmes e seriados para assistir em pouquíssimo tempo. Como seus feriados são prejudicados por isso. E como, ainda assim, ele gosta do que faz. Novamente, é a paixão.

No fim, percebo que jornalismo na verdade não é paixão. Paixão nos arrebata, nos rende, nos faz reféns 24 horas por dia. E isso também é jornalismo. No entanto, a paixão acaba e esse sentimento que todos nós, estudantes de jornalismo, ainda maravilhados e instigados por ele, temos, não vai passar tão rapidamente.

Posso ser vista de forma meio clichê e piegas, e até me sinto um pouco assim nesse momento, mas diria que jornalismo está muito mais próximo de amor. É abandonar um encontro porque uma nova matéria chegou. É ficar 24 horas focado em pautas quando o salário não corresponde a esse esforço. É nos deixar arrebatar pela notícia - porque ela não pode ser banalizada, só mais um daqueles acontecimentos cotidianos. É sentir na pele quando somos ouvidos e como essa sensação é gratificante. É nos arriscar para mostrar o melhor ângulo. Porque é isso que a população quer e é o que queremos dar a ela. O melhor de nós. O melhor do Jornalismo. A informação aliada ao sentimento e a transformação. Isso é o Jornalismo: uma questão de percepção, sentimento e amor.


segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Análise da Crítica de Natália Bridi sobre o filme "Les Misérables"

Por Thales Rodrigues

Cartaz de divulgação do filme "Les Misérables"
Natália Bridi é jornalista, formada pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e  escreve para o site Omelete, especializado em cinema, séries de TV, música, games e quadrinhos.
Em sua coluna ela analisou o filme britânico Les Misérables, dirigido por Tom Hooper, e baseado no musical escrito pelo francês Victor Hugo, onde o autor relata o sofrimento de seu povo em uma época onde a pobreza e desigualdade eram gritantes.
Bridi estruturou a sua analise em 2 pontos centrais, iniciando com a obra de Victor Hugo sobre a ótica de sua história, e a execução do filme analisando a adaptação da peça francesa e explicitando as técnicas utilizadas pela equipe do longa.
No primeiro ponto ela utiliza argumentos de exemplificação e de principio, ilustrando a construção da obra por Victor Hugo, citando a história que motivou o francês a escrever a peça, posteriormente apresenta o sucesso que ela teve e relacionando com a recepção que o longa teve, encerrando esse primeiro ponto com este argumento de causa e consequência.
No segundo ponto a jornalista foca na parte técnica utilizada por Hooper e sua equipe, usando de argumentos de exemplificação ao apontar os enquadramentos, e a escolha feita pelo diretor de colocar os atores cantando ao vivo, o que segundo Bridi possibilitou uma maior veracidade do longa.
Durante toda a sua crítica a jornalista utiliza do seu conhecimento sobre cinema, adquirido em formação acadêmica e sua experiência na área, para estruturar os seus argumentos, apresentando sempre trechos, tanto do livro quanto do filme apontando a sua importância ou não para a construção de uma boa narrativa.
Para finalizar o seu raciocínio ela afirma que o filme honrou o olhar de Victor Hugo, traduzindo a qualidade do seu texto, pois apresenta a história marcada por um sentimento de redenção, mantendo a essência apresentada pelo francês. 

Trailer do filme:


A crítica analisada foi retirada do site Omelete

Análise da Crítica do Filme "Click (2006)", por Marcelo Forlani

O filme Click, lançado no ano de 2006 é estrelado por Adam Sandler e teve como bilheteria no Brasil, a incrível marca de 2 milhões de ingressos. Devido ao sucesso, o filme recebeu várias críticas, inclusive a do Site Omelete, escrita por Marcelo Forlani. Em sua análise, Forlani opta pela comparação para qualificar o filme ao invés de se prender a aspectos técnicos, e isso desde roteiro e atuação até a direção.
Primeiramente, abordando o roteiro, coloca em evidência que a ideia central do filme é inovadora, porém questiona que por ser mal-trabalhada, torna-se clichê. Vemos uma clara referencia a um elemento fílmico – “A ideia é boa (...) Pense como seria cool poder rever os melhores momentos da sua vida como num DVD e ainda por cima com comentários de James Earl Jones (...) Mas para se fazer um bom filme é necessário muito mais do que uma boa idéia.”
Outro ponto abordado pela crítica é a atuação de Adam Sandler. Nesse aspecto, Forlani reafirma a comparação como método de argumentação, ressaltando que este trabalho segue outras produções, as quais trouxeram o reconhecimento de Adam Sandler e traçaram seu perfil de atuação. É nessa mesma linha de abordagem que ele faz uma observação a respeito da direção do longa, criticando de forma positiva. “Já quem curtiu sua performance em Embriagado de amor (2002) verá a diferença que um bom diretor pode fazer na tela. E se este for o seu caso, não se preocupe.”
Finalizando o texto, o autor utiliza da metáfora para introduzir sua crítica mais incisiva, deixando de maneira clara sua consideração final sobre o filme. "Hoje em dia os filmes demoram cada vez menos tempo para fazer a passagem do cinema para o DVD, e com o disco de vídeo digital em sua casa você vai poder usar toda a sua experiência e adiantar as partes mais bobinhas da fita sem dó com o seu controle remoto.” Assim, podemos ver que o autor utiliza de diferentes artifícios para embasar sua crítica.





Por Isabella Paiva

"Fascinação" por Elis


por Maria Fernanda

   Arthur Xexéo, notável entendedor do teatro musical brasileiro e ,atualmente,autor de um,faz sua crítica de "Elis,a musical" focando,principalmente,no elenco e no enredo da peça,utilizando de seu conhecimento sobre a carreira da cantora para apontar os erros e acertos do espetáculo.Dessa forma,seu texto é conduzido pela qualificação individual dos atores principais, Laila Garin e Felipe Camargo, tanto no quesito atuação quanto no quesito vocal.Sobre Laila,ele ressalta sua carreira musical,que apesar de distante da de Elis,não interfere em sua performance excepcional no palco. Xexéo chama a atenção para o surpreendente talento de Felipe Camargo como cantor,no papel de Ronaldo Bôscoli.
   Apesar de vários pontos altos,o autor da crítica aponta algumas falhas na escolha de algumas faixas musicais,como as de Milton Nascimento.Tal fato deve-se ao deslocamento de tais músicas na linearidade cronológica do roteiro. Além disso, Arthur Xexéo compara a cena de " Alô,Alô, marciano" do Elis, a musical, com a de um outro musical já realizado em homenagem à cantora, que não funcionou muito bem em nenhum dos casos, citando, mesmo, a cena como " constrangedora". Por fim, o último ponto falho do espetáculo citado pelo autor refere-se ao foco dado às músicas, deixando as falas em segundo plano. Nesse sentido, Xexéo não explicou o porquê da sua insatisfação sobre a proporção música/texto e nem sobre o constrangimento causado pela cena da música  " Alô, alô, marciano".
   Em relação à parte técnica,elogia-se a qualidade do musical,com uma iluminação aparentemente simples,porém,sofisticada.O cenário também apresenta uma qualidade louvável,retratando de forma impecável certos lugares da vida de Elis.Apesar do espetáculo ser um expoente dentro do teatro nacional,ainda há muito para se evoluir.A comparação inevitável com as produções da Broodway,muitas vezes equivocadas,quanto a equidade de ambas, mostra o quanto o cenário artístico brasileiro ainda tem que se desenvolver.
    Por fim, é possível verificar no texto do crítico dramaturgo, Arthur Xexéo, a análise de aspectos específicos do meio, indicando embasamento suficiente para o desenvolvimento de tal crítica. Entretanto, em alguns momentos ele se mostra muito conciso ao relatar os pontos falhos da produção, não explicando com mais detalhes o que os levam ser , de fato, falhos.Portanto, podendo influenciar negativamente a opinião do público.

site: http://oglobo.globo.com/cultura/xexeo/posts/2013/11/17/a-musical-515459.asp


Análise da crítica de Pablo Villaça sobre o filme ‘’A Pele Que Habito’’

A pele que habito




O texto começa fazendo uma dissociação do filme ‘’A Pele Que Habito’’ com o seu antecessor ‘’Abraços Partidos’’  que segundo Pablo Villaça  , foi um fracasso de Pedro Almodóvar.
Inspirado no livro ‘’Tarântula’’ do francês Thierry Jonquet, o critico utiliza termos técnicos de cinema para argumentar sobre as  várias particularidades expostas por Almodóvar, utilizando também exemplos de cenas e destacando a cronologia diferenciada como marca registrada do cineasta.
Há uma analise sobre  o controle que o diretor teve na fotografia do filme, que foi deixar o seu estilo exagerado e até mesmo um pouco brega de lado. E ter dado  ênfase a outros pontos como a relação da tecnologia com os personagens, sem deixar de lado altos impactos psicológicos.

Manuela Castor

Novos olhares sobre o jornalismo cultural

           





           O evento realizado pela Acesso, empresa júnior de comunicação da UFJF, pautou-se em Jornalismo Cultural, contando com a participação de representantes de variadas vertentes da área.
       O primeiro a se apresentar foi Bruno Calixto que, atualmente, está trabalhando como editor do programa, “Revista África”, na Angola, à convite da Rede Globo. O programa funciona como uma espécie de “Fantástico” angolano. Ele procura tratar de assuntos comuns aos moradores da Angola, como recursos hídricos, danças étnicas e outros que estejam dentro da esfera cultural. Questionado sobre a audiência alcançada pelo programa e sobre a possibilidade de se tratar temáticas políticas, o brasileiro respondeu que a situação na Angola é de um governo ditatorial e que, portanto, não se cogita a possibilidade de retratar nenhum tipo de assunto que possa desestabilizar o governo e causar indignação. Mesmo assuntos voltados para a saúde, como malária, por exemplo, só pode ser trabalhado em cima de notícias instrumentais, como dicas de prevenção e não, porque a malária é tão recorrente devido à falta de saneamento básico, que deveria ser providenciado pelo governo.
         Apesar das divergências culturais e do contraste vivido pelo jornalista, ele disse que aprendeu muito com a experiência de produzir um programa em outro país, com uma cultura completamente diferente pois, antes de ir para a Angola, Bruno nunca havia trabalhado com televisão; ao chegar lá, a equipe angolana não tinha muita experiência; então, ele teve que organizar toda uma equipe, produzir todo um programa, o que refletiu em uma grande troca de experiências. E, além do mais, Bruno afirmou que, em termos pessoais, o que ele mais aprendeu foi a desapegar de certos preceitos morais e a valorizar mais o que é básico para sua vivência.

         Logo após, o evento seguiu para a mesa de debates, composta pela professora e fotógrafa Gleice Lisboa; Marco Victor, idealizador do site sobre cinema, Cinefagia; Gustavo Burla, formado em Filosofia e Jornalismo; e Bruno Calixto. A primeira a falar foi Gleice Lisboa, que trouxe para o público toda a sua sensibilidade sobre o olhar fotográfico e o despertar sobre a necessidade de se notar todos os detalhes que podem virar fotografia, transformando-a em um retrato da realidade, mas de uma forma peculiar, olhando para o que não é óbvio. Para o professor Burla, o fundamental é a paixão que se deve ter naquilo que se faz. Assumiu que sim, a área não tem o reconhecimento que deveria ter, cada vez mais as redações estão enxugando seus setores sobre cultura, mas isso ocorre somente por um fator financeiro e não porque ela não é relevante. E afirmou, ainda, que para ser um bom crítico é de extrema importância uma bagagem cultural ampla e que a produção de um texto crítico não precisa ser imparcial ou parcial, o que o crítico deve fazer é escolher um lado, opinar sobre a obra e, sabendo a sua posição, minimizá-la para que o leitor possa definir se concorda ou não com a crítica. O especialista em cinema, Marco Victor, contou um pouco sobre o seu trabalho, como é ser crítico de produções audiovisuais e deixou bem claro que é um trabalho árduo, pois ele recebe montantes de materiais para assistir e tem que analisa-los e produzir matérias de forma rápida e constantemente. Sobre o cinema nacional, ele disse que ainda falta muito investimento do mercado no Brasil, mas que o cenário democrático vem propiciando o seu desenvolvimento e sua valorização e que ele espera que, eventualmente, o número de obras nacionais para analisar seja, pelo menos, equivalente à Hollywoodiana.                 
           Questionados sobre como o crítico deve estabelecer o diálogo com o leitor, a mesa concordou que é de extrema importância o embasamento teórico para uma boa crítica, mas que, antes de tudo, é preciso vivência para se poder criticar. Portanto, quem se interessa por cultura, deve viver cultura, ir a shows, teatro, cinema, tirar fotos, sair para enxergar o mundo, a fim de poder analisa-lo.
       O evento encerrou com a fala de Felipe Martins, da Mídia Ninja, que apesar de não ter se apegado tanto ao tema do evento, mostrou que a Mídia Ninja é uma fonte de informação, de fato, alternativa às Grandes Mídias e que o objetivo dela é mostrar aquilo que não passa em canais convencionais. 

Análise da Crítica Sobre o Filme "Django Livre" (por Kadu Silva)

Django Livre
         A critica foi realizada por um site direcionado para análises cinematográficas, chama-se Ccine10. A critica escolhida foi desenvolvida por Kadu Silva, publicitário paulista formado na universidade Mackenzie e que produz as criticas por ser apaixonado por cinema. Kadu aponta as características e os traços de estilo do diretor, Quentin Tarantino, em seu texto. Como por exemplo a opção de Tarantino em abordar temas relacionados a vingança.
        O autor da critica afirma que o diretor inovou novamente por não fazer um clássico filme sobre faroeste. No roteiro está a visão pessoal de Tarantino sobre a época em que se passa história; a discussão a respeito da escravidão foi abordada de maneira diferente, mas as piadas ácidas características de Quentin Tarantino ainda estão lá. Ao comentar os elementos fílmicos, Kadu diz que algumas cenas do filme poderiam ter dispensado tanto enfoque. Para ele, isso foi um erro de montagem, mas que não trouxe grandes problemas, apenas ocasionou um cansaço maior. Outro problema que notou, mas que apontou como novidade, foram os diálogos mais diretos, que podem ter sido elaborados no intuito de facilitar a compreensão do público. Aprecia a a estética da câmera lenta e as música escolhidas - que variam de hip hop a grandes clássicos.
       Além de parabenizar o roteiro, Kadu faz ressalvas ao elenco que participou. No filme estão Jamie Foxx (Django), Samuel L. Jackson (Stephen) , Leonardo DiCaprio (Calvin), Kerry Washington (Broomhilda) e Christoph Waltz (Dr. King Schultz). Kadu utiliza da comparação para afirmar que não acredita que o personagem interpretado por Christoph, em Django, se pareça ao personagem Col em Bastardos Inglórios.
       Kadu Silva consegue elaborar suas criticas sem se deter somente a história, seu enfoque está nos elementos técnicos, no elenco, na trilha sonora, no roteiro. Seu ponto de vista está explícito claramente, mas ele enuncia os pontos positivos e negativos, além de explicar o motivo pelo qual descorda ou concorda. A página do Ccine10 é muito bem elaborada, mas o que mais chama a atenção é apresentação dos perfis dos críticos.

Analisando a crítica de Daniel Schenker - (500) Dias Com Ela

Um dos cartazes do longa
O filme retrata a tentativa de Tom (Joseph Gordon-Levitt), um romântico, de engatar um relacionamento com Summer (Zooey Deschanel), que não acredita no amor. O protagonista trabalha escrevendo cartões comemorativos. Quando é apresentado a Summer, a nova assistente do chefe, logo se apaixona por ela.

A jovem deixa claro que não procura nada sério, mas Tom não perde a esperança de que o namoro dos dois dê certo. Após o temido fracasso, Tom revive os dias que passou junto de Summer, tentando descobrir o que houve de errado entre eles.

Ao comentar sobre o filme, o crítico do Globo Daniel Schenker diz que "o resultado é irregular", pois o diretor teria se concentrado mais no modo de contar a história do que na história em si. Não faltam recursos para atrair o espectador: os atores são carismáticos, a trilha sonora é encantadora, reunindo nomes clássicos e modernos ao mesmo tempo e as cenas são exibidas de forma dinâmica, em ordem não-cronológica. Há várias referências a filmes e outros elementos da cultura pop, e o modo como as metáforas são trabalhadas - beirando o clichê - acabou dando certo. Por exemplo: cenas do passado de Summer exibidas em preto-e-branco, a divisão da tela em o que é a realidade e o que apenas faz parte das expectativas de Tom, a brincadeira com a época do ano e o nome da personagem (Summer = verão em inglês)...  Outras cenas, segundo Schenker, acabam "caindo no vazio".

O crítico conclui que, apesar de o filme oferecer uma sacada esperta e apresentar alguns momentos cômicos, em (500) Dias Com Ela há pouca consistência em uma bela embalagem. Assim como Tom e suas expectativas frustradas, o longa não corresponde a tudo aquilo que se espera dele.


  • A crítica de Schenker pode ser lida aqui.







Por Ludmila de Azevedo






Análise do filme “Gravidade”, pelo crítico Pablo Villaça

De: Matheus Brum

Pablo Villaça começa sua crítica comparando o filme “Gravidade” com os filmes “2001 – Uma Odisseia no Espaço” e “Contato”, pelo fato de todos esses filmes serem do gênero de Ficção Científica, e trazem a tona viagens espaciais, a finitude humana e a tentativa de tratar a física com devido respeito.
Após a pequena introdução, o crítico faz uma breve sinopse do filme, mostrando que o enredo é bem simples, já que se trata de um acidente espacial, em que dois astronautas (vividos por George Clooney e Sandra Bullock) estão em torno da estação espacial Hubble, quando fragmentos de um satélite russo colidem com a estação, fazendo com que os astronautas fiquem isolados na órbita da Terra, tendo apenas alguns minutos para alcançar a estação espacial chinesa antes que o oxigênio que eles carregam, chegue ao fim.
                Depois da sinopse, Pablo começa uma série de elogios ao filme, já que na sua opinião, o diretor Alfonso Cuarón não precisou apelar para ataques alienígenas ou colisões com asteroides gigantes para causar drama ao enredo. Ele apenas lida com a questão da inércia, dos problemas biológicos de estar vivendo em gravidade zero e a solidão dos astronautas no meio da vastidão do universo.
                Outro ponto elogiado pelo crítico é que a filmagem em 3D é bem utilizada no filme, dando ao amante do cinema a verdadeira sensação de estar observando o universo em sua forma infinita.
                Em suma, há elogios sobre o posicionamento das câmeras e da gravação do cinema, da escolha dos atores, e ainda, elogios sobre as imagens belíssimas que o filme proporciona, como o brilho azul da Terra e pequenas chamas flutuantes no interior da nave. No final, Villaça afirma que o filme “Gravidade” é um dos melhores trabalhos de 2013.

                No link abaixo se encontra a integra da crítica: http://www.cinemaemcena.com.br/plus/modulos/filme/ver.php?cdfilme=10393

 Análise sobre a crítica de Guerra Mundial Z por Marco Victor Barbosa

 O fundador do blog Cinefagia, Marco Victor Barbosa, explana sua opinião acerca do filme Guerra Mundial Z, como pode ser visualizado no link http://www.cinefagia.com.br/em-dvd-blu-ray-guerra-mundial-z/
Cartaz do filme.

De início, Marco Victor faz um reenquadramento sobre o produção atual em febre de filmes com a temática zumbi.Para tanto, o autor faz contextualização das últimas séries, filmes e HQs lançadas e que de certa forma desencadearam na produção e sucesso do filme analisado.
Após apresentar sua sinopse, o crítico enfatiza elementos fílmicos da obra (aspectos técnicos-estéticos), como fotografia, efeitos visuais e produção.Para ele, ocorreram muitos erros, mas que não atrapalharam o decorrer da narrativa, a emoção e inteligência do filme, inclusive ao se comparar com outros filmes do gênero.
Com relação aos elementos extra-fílmicos, Marco Victor ressalta brevemente de maneira positiva a atuação de Brad Pitt como o protagonista Gerry Lane. 

Análise crítica do filme Diamante de Sangue (por Pablo Villaça)



            Pablo Vilaça inicia sua crítica resumindo o filme “Diamante de Sangue” e explicando que, a ideia central do filme se dá pela luta constante pelos almejados diamantes, resultando em várias mortes, deixando explícita a raiz do problema: conflito político, econômico e social.
            Pablo lamenta a introdução de planos fotografados com beleza e glamour que não se encaixam em um cenário de extrema pobreza e crueza apresentada. Ele critica o diretor de fotografia, Eduardo Serra, alegando que o mesmo não conseguiu manter a coesão estilística. Critica ainda a personagem de Jennifer Connelly que, talvez, o mais grave dos problemas no filme que representa, sozinha, alguns exemplos pavorosos da mentalidade simplista da a maior parte do Cinema norte-americano contemporâneo. São  enumerados os problemas encontrado no filme, segundo Pablo. São eles: A jornalista, vivida por Connally, surge com um interesse romântico para Leonardo DiCaprio, mostra-se vulnerável ao amor. Continua a crítica enfatizando que, a triz também é levada a fazer as pregações que o diretor e o roteirista não podem fazer explicitamente, sintetizando as mensagens do filme de maneira irritante, como se não tivéssemos a capacidade de entendê-las sem auxílio.
            Ele aponta ainda que a performance sem concessões de Leonardo DiCaprio representa a grande força de Diamante de Sangue: cínico e durão. DiCaprio suaviza a imagem de Archer tentando manter a coerência interna, mas logo após ele volta a mostrar as garras do mercenário que, Archer é.
             Para finalizar, Pablo diz que, de todo modo, Diamante de Sangue é eficiente o bastante para nos levar a concordar com o desejo demonstrado por cada personagem.


Madara Maciel


EVENTO SOBRE JORNALISMO CULTURAL: A LIÇÃO DA FOTOGRAFIA AO JORNALISMO

Jornalismo cultural foi o tema do evento promovido pela Acesso Comunicação Júnior, empresa júnior da Faculdade de Comunicação da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Profissionais da área foram convidados para compor uma mesa de debates e palestrar: Bruno Calixto, que trabalha na Globo Internacional, produz um programa televisivo cultural na Angola, setor ainda incipiente no país devido à recente independência e traz a televisão para a discussão; Gustavo Burla, professor do CES, por sua vez, discorre sobre o teatro e a literatura; incrementando o debate com o cinema, Marco Victor, dono do blog “cinefagia”, ressalta aspectos da crítica cultural, especialmente a cinematográfica. Para fazer uma conferência, um integrante da Mídia Ninja.

Na mesa, Gleice Lisboa, fotojornalista, falou sobre a fotografia e todo o sentimento envolvido na atividade; os elementos dignos de destaque que expressam e ilustram a essência da notícia. Elementos encontrados em sua fala servem de embasamento para todo o fazer jornalístico: intuição e sensibilidade. Cada foco – seja nas palavras ou nas imagens – define uma abordagem e, portanto, deve-se ter muito cuidado com aquilo que se destaca para não alterar o sentido da informação.


Por exemplo, em uma de suas fotos – emocionantes e impecáveis -, que mostra o busto de uma baiana dançando, a fotógrafa mostra que o cordão da mulher denuncia o que ela está fazendo; não há necessidade de mostrar os pés que a dança conseguiu dar movimento até mesmo a um objeto inanimado. 

When did I become a Clone Club?





Stars Wars, Resident Evil, A Ilha, Aeon Flux e Star Trek. Até mesmo a novela O Clone, sucesso internacional. Existem inúmeras séries de TV, filmes, novelas e livros que abordam a clonagem. No entanto, ela não está apenas no âmbito da ficção. Em 2006, o mundo se chocou com a declaração de Severino Antinori, que afirmou ter feito 3 clones humanos que viviam no Leste Europeu. As questões éticas levantadas por esse debate acabaram por criar um interesse ainda maior no tema. Afinal, quem não gostaria de ter outros pedaços de si pelo mundo? Mas, qual é o preço a ser pago por isso? É esse o tema de Orphan Black, série da BBC que tem angariado cada vez mais fãs, clone clubs, analisada por Sam Wollaston, do The Guardian.

Quando lemos críticas de autores de canais conceituados costumamos nos deparar com dezenas de menções não explicadas – eles deduzem que nós, leitores, também conhecemos o que foi citado – além de termos muito específicos para um leitor comum. Por isso me impressionei com a forma com a qual Wollaston conduziu sua crítica. Ele não a baseou em elementos incompreensíveis que parecem ser utilizados apenas para mostrar que o crítico é superior ao seu leitor. Wollaston tem uma técnica diferente.

Ele inicia criando certo suspense em torno do roteiro da série, desenvolvendo um perfil da personagem principal, Sarah Manning, e te prendendo nesse contexto criado por ele. As perguntas feitas direcionavam o leitor para o seu argumento e o faziam crer que ele estava correto.      

Ele demonstra admiração pelo trabalho de Tatiana Maslany – que recebeu premiações no Critic’s Choice Awards e TCA por sua performance de diversas personagens – apesar de criticá-la pelo sotaque confuso. Ademais, não demonstra apenas os lados admiráveis da série: também condena o perfil de algumas personagens, que ele considera irritantes. Talvez por isso conclui dizendo que "ainda não foi pescado pela série, mas com certeza está tentado a dar uma mordida."

Apesar de ser uma crítica bem desenvolvida, na medida em que prende o leitor e não se foca apenas nos pontos positivos ou negativos da série, ele poderia usar uma argumentação mais profunda: dar mais exemplos para seus argumentos, discutir um pouco mais os aspectos técnicos e estéticos, dar mais informações da lead actress, Tatiana Maslany, e da direção, além de utilizar melhor elementos extra-fílmicos para criar uma contextualização.

Se você quer conhecer um pouco mais sobre a série, assista esses dois vídeos:





Confira a crítica aqui:

Crítica de Mr. Nobody

     A crítica do site Cinecríticas é iniciada de explicitando a posição do crítico, seu descontentamento com o filme.
Link da crítica:  http://www.cinecriticas.com.br/2011/06/sr-ninguem-mr-nobody-franca-noruega-2009/

     Seguindo a tradição, apresenta uma sinopse e o ator protagonista.  Ocorre uma rápida contextualização do filme porque ele se passa no futuro, quando todos os seres humanos são mortais. A seguir, expõe o diretor do longa, e algumas características de sua obra, aspectos técnicos-estéticos, como os efeitos e o design, entretanto não destaca o quão envolventes são algumas cenas, devido ao bom trabalho não só dos atores como também do diretor na escolha dos planos.

     O argumento central é que o filme se torna confuso e cansativo, pois dura mais de duas horas; alegando assim que ocorre a perda de significados ou uma gama da significados (que também levam a confusão), já que cada um interpreta ao seu modo, o que entender, se entender. Não é levado em consideração o nível reflexivo do filme, sua originalidade - seu diferencial é deixar ao público a livre interpretação-, ou o quanto é tocante, nem que existe um público disposto a "dedicar-se" a película. O filme traz inúmeras questões, que tem por objetivo levar a reflexão ao espectador, como questionar a forma que lidamos com o tempo, com sua linearidade, a questão da imortalidade, da importância das escolhas, dentre tantas outras.

     Usa-se um outro filme para fundamentar o argumento de que o filme tem uma lógica quebrada, porém não é bem desenvolvido, visto que não conta a história desse outro,  assim não dá o oportunidade ao leitor tirar suas próprias conclusões nessa comparação.

     Não expõe elementos extra-fílmicos(origens, carreira do filme ou especificidades) mesmo tendo sido escrita praticamente 2 anos depois do lançamento de Mr. Nobody, apenas traz uma ficha técnica.

    Finaliza fazendo alusão a uma cena que ocorre diversas vezes, dando a entender que não compreendeu o significado dela.


Análise da crítica sobre o filme "Meu Passado Me Condena", de Roberto Cunha

Por Rafael Sarchis



A análise da crítica de Roberto Cunha sobre o filme "Meu Passado Me Condena" começa com o autor falando sobre o gênero comédia romântica que atualmente movimenta muito dinheiro, e o filme estrelado por Fábio Porchat e Miá Mello, duas referências da nova geração do humor brasileiro, consegue se encaixar perfeitamente nesse gênero.

Prosseguindo em sua crítica, Roberto conta um pouco da história do filme, situando o leitor do que acontece, cita a roteirista da comédia (Tati Bernadi) e faz uma análise dos pontos altos, como as bobeiras protagonizadas por Fábio e seu amigo de infância, Cabeça ( Rafael Queiroga) e as discussões de casal entre Fábio e sua esposa Miá, cenas que provocam a risada entre quem assiste o filme. 

Mais no final de seu texto, o autor também cita os pontos baixos do filme, como por exemplo,  cenas engraçadas que poderiam render mais, seja o medo de navio, a hipocondria ou Fábio tirando onda para cima do ex de Miá.
     
     No último parágrafo, um método que é bastante utilizado nas críticas sobre TV e filme é a comparação, Roberto faz uso disso, citando outras comédias em que Fábio Porchat participou, sempre elogiando o ator.


Crítica pode ser lida aqui.

Jornalismo Cultural:uma mostra de diferentes experiências do campo

     O evento, realizado pela empresa júnior de comunicação (ACESSO), teve como tema o jornalismo cultural e contou com a participação de profissionais ligados a este jornalismo. Bruno Calixto foi o primeiro convidado a falar; contou um pouco de sua experiência no ramo cultural, sua passagem pelo jornais Tribuna de Minas e O Globo e, seu atual desafio, Revista África - uma revista eletrônica que mostra um pouco da cultura africana. Comentou sobre sua mudança para a Angola, onde é o editor da revista, sobre a cultura angolana, a ditadura e sobre os desafios de fazer jornalismo lá. A Angola vive em uma ditadura há 22 anos, sob censura, não possui instituições públicas de ensino, tem uma corrupção explícita, está a 10 anos sem guerra, ou seja sob circunstancias que mostram que o país passou e ainda passa por mudanças. Além disso, possui essas características dificultam o trabalho de Bruno.

      Na sequência, foi aberta a mesa para os demais convidados: Gustavo Burla, Marco Vitor Barbosa e Gleice Lisboa, que com suas experiências em teatro, cinema e fotografia, respectivamente, destacaram a importância da sensibilidade quando se trata de cultura e arte. Gleice mostrou um pouco de suas fotografias, feitas com um olhar diferenciado, apresentando o fato de modo sensível, expondo o que poderia passar despercebido."É preciso ter respeito, educação, ética e sensibilidade" , disse Burla. Para eles, jornalismo cultural é crítica, é pensar teoricamente sem citar teóricos, é aprender com os objetos desse pensar. Apontaram a seriedade necessária para a produção desse trabalho, a necessidade de muita dedicação e bagagem cultural.

     Por fim, Phelipe Martins, representante da mídia NINJA, falou sobre o trabalho dessa nova plataforma, que é tão polêmica, e mostrou por meio de um vídeo um pouco desse trabalho.

     Em resumo, apresentaram a vertente cultural como uma mistura de opinião, informação e entretenimento, uma composição que pode acrescentar muito a sociedade, não apenas no aspecto de divertir, como também na ampliação do senso crítico e da visão do espectador; como afirma Eduardo Cintra Torres, a crítica esclarece, elucida e analisa.


Análise da crítica de Rubens Ewald Filho sobre o segundo filme da série Jogos Vorazes

           
            A crítica de Rubens Ewald Filho sobre o filme “Jogos Vorazes: Em Chamas” está repleta de técnicas argumentativas. O crítico inicia fazendo uma comparação da sequência fílmica dos Jogos Vorazes com A Saga Crepúsculo, que obteve grande sucesso. Ewald ainda cita a fidelidade do filme à história do livro como um ponto positivo, uma vez que inúmeras vezes isso não ocorre quando há uma adaptação para o cinema.
           Rubens Filho também menciona a atuação da atriz vencedora do Oscar, Jennifer Lawrence, como justificativa para sua boa atuação no longa.  E usa um argumento lógico ao dizer que o diretor do filme, Francis Lawrence, seria menos competente do que o diretor do primeiro filme da sequência por ter produzido um filme mais extenso, interferindo negativamente nos lucros da película. O crítico ainda traz números para comparar a receita dos filmes e consolidar sua argumentação.
            Por fim, Rubens faz um questionamento ao leitor, o incentivando a aderir a sua convicção de que aquele é um bom filme, ainda que apresente alguns pequenos problemas como a duração. Deste modo, foi possível perceber na crítica a presença de argumentos que fazem o enquadramento do real e argumentos de ligação, construindo uma argumentação concisa.



Caroline Lopes

domingo, 1 de dezembro de 2013

Análise da Crítica "Democracia Televisiva", de Luiz Caversan

O texto de Luiz Caversan procura expor uma crítica não a um programa ou a uma atração específica, mas sim à televisão aberta em geral.


Caversan inicia seu texto explicando como funciona a TV aberta no Brasil, por meio de concessão pública dada pelos parlamentares. Aí surge sua primeira crítica, classificando esta forma de televisão, portanto, como invasiva. Seu maior objetivo é explicar como o cidadão pode escolher ambos: tanto o político que concede o horário, quanto à programação oferecida pelas emissoras.
Dito isso, o autor pula para o chamado Troféu Santa Clara, o que seria nas palavras do próprio Caversan “uma galhofa com os personagens televisivos e com as emissoras”, em que o público escolhe o que há de pior na programação brasileira. Caversan considera o troféu, apesar de ser uma brincadeira, ser algo bastante sério, pois mostra o senso crítico dos espectadores, mesmo que representam apenas parte da população. Segundo Caversan, essa mudança na votação (que anteriormente era estrita a jornalistas apenas) é um direito democrático, e uma forma dos espectadores agirem contra a vontade do que as emissoras “obrigam” diariamente aos mesmos.

Crítica disponível em Acervo Folha, do dia 19/08/2001.

João Villa Real

Análise da crítica do filme "JOBS", por Pablo Villaça

(Pelo site cinemaemcena.com.br)


            Pablo começa sua crítica alegando ter um iPhone, e aponta a utilidade do mesmo em seu dia-a-dia. No entanto, ele subjulga o aparelho ao dizer que “não se trata da cura do câncer, de uma obra de arte inesquecível ou de um tratado filosófico”. Diz que teve a sensação de estar assistindo a uma comédia ao ver a cena inicial do filme, pois as pessoas aplaudem, exaltam um iPod ao ser apresentado pelo personagem-título como “uma ferramenta para o coração”. Villaça descreve: “Escrito pelo estreante Matt Whiteley, o longa reconta a história da fundação da Apple a partir da trajetória de Steve Jobs (Ashton Kutcher), que passa boa parte da projeção celebrando vendas recordes e apresentando invenções ‘revolucionárias’ para seus adoradores – e seu gênio para vendas pode ser constatado a partir da legião de fãs que atingem orgasmos múltiplos apenas com a menção de seu nome, atribuindo ao sujeito a responsabilidade por tudo de bom e justo que aconteceu no planeta nos últimos 30 anos”.
            Para ele, o longa falha ao jamais estabelecer uma conexão lógica ou mesmo alguma transição entre as várias fases e facetas do sujeito. Jobs traz constantes planos nos quais seguimos Steve Jobs enquanto caminha pelo campus, pelos corredores da Apple e em feiras de informática, como se acompanhássemos uma figura icônica – um ícone que permanece indecifrável e cuja natureza mutante se reflete nos figurinos. “O design de produção faz um trabalho exemplar não só de recriação de época (melhor: épocas), como também é hábil ao sugerir a atmosfera amadora do início da Apple e, posteriormente, o ambiente estéril e corporativo que tomaria conta da empresa. Este cuidado com a fidelidade, aliás, é exibido com orgulho nos créditos finais, quando vemos fotos das figuras reais ao lado dos atores que as encarnaram – e, ao longo da projeção, o cineasta inclui inúmeros planos abertos que têm, como único objetivo aparente, demonstrar como Ashton Kutcher aprendeu a imitar o caminhar típico de Steve Jobs”.
            Villaça critica profundamente o ator Ashton Kutcher, ao dizer que o tal “infelizmente, não consegue ir muito além de uma imitação em sua performance”; que sua “vida pessoal tem mais destaque que a profissional”; “ator naturalmente limitado, ele constantemente deixa clara a artificialidade de sua composição”, etc. No entanto, o defende ao destacar que “parte do problema de seu personagem deve-se mesmo ao roteiro, que falha em decidir-se não apenas com relação à natureza do protagonista, mas também de sua empresa”. Ele alega que o filme jamais se preocupa em esclarecer “o que a Apple representa”. “Quando pensamos na marca, o que deve vir à mente: produtos úteis no cotidiano e de design elegante ou as fábricas na China que exploram trabalho escravo, incluindo mão de obra infantil?” Para Pablo, o pecado de Jobs como narrativa é que, mesmo enxergando seu protagonista como um homem falho, o longa ganha tons reverenciais sempre que aborda a Apple como empresa.


Ismael Crispim




Análise da crítica “Goiabada de Banana” sobre o “Sítio do Picapau Amarelo”, por Luiz Caversan

Elenco da primeira versão do "Sítio do Picapau Amarelo", exibida pela TV Tupi.

Luiz Caversan – atualmente colunista da Folha de S. Paulo - escreveu em outubro de 2001, para a TV Folha, a crítica intitulada “Goiabada de Banana”, que falava sobre a nova versão do “Sítio do Picapau Amarelo” feita pela TV Globo. A intenção do autor ao escrever tal crítica era a de provocar uma reflexão sobre a relação entre as crianças e a televisão e a importância dos livros do escritor Monteiro Lobato para a infância de muitas pessoas.

            De início, pode-se perceber que Luiz utiliza da comparação para estabelecer algumas diferenças entre a primeira versão do “Sítio” exibida na TV Tupi nas décadas de 50 e 60 e a versão que estreou em 12 de outubro de 2001 – como, por exemplo, em relação ao tempo que a televisão forneceu aos capítulos de cada programa. Posteriormente, ele usa do próprio testemunho para alegar que a transmissão da primeira versão do programa influenciou (e muito) as crianças da época a conhecerem as histórias criadas por Monteiro Lobato, inserindo-as no universo da leitura; ele afirma, inclusive, que ele mesmo viveu essa influência e se encantou com a interpretação de Lúcia Lambertini – no papel da boneca Emília – e com o livro “A Reforma da Natureza” – lido por ele muitas vezes durante a infância e a vida adulta. Através da exemplificação, Luiz cita cenas do seriado antigo e passagens dos livros para mostrar como funcionava o fantástico mundo criado por Lobato e o efeito que ele gerava nos pequenos telespectadores; dentro desse processo de construção de exemplos, ele cita a primeira edição do programa como sendo “uma grata e carinhosa lembrança” que conseguia encantar as crianças que a assistiam, mesmo não possuindo tantos recursos tecnológicos quanto as edições exibidas pela TV Globo.


            Ao final da crítica, o autor usa novamente a comparação para afirmar que a volta do “Sítio”, mesmo que de uma forma mais moderna e atualizada, era algo bom em relação aos desenhos animados que faziam sucesso com o público infantil da época. Para ele, a televisão transmitir um programa que exaltasse a cultura nacional, mesmo que em capítulos curtos, era algo significativo e digno de comemoração.

Isabel de Souza Senna

Crítica disponível em: http://acervo.folha.com.br/. Buscar por: Luiz Caversan. Crítica do dia 14 de outubro de 2001.

Análise da Crítica Televisa sobre o quadro "Medida Certa"


Medida Certa” é um quadro realizado pelo Fantástico, na Rede Globo, que já está na sua terceira edição. Na primeira, teve como participantes Renata Ceribelli e Zeca Camargo; na segunda, Ronaldo, o fenômeno; e na terceira e atual, uma disputa entre duplas César Menotti e Gaby Amarantos x Fábio Porchat e Preta Gil –, de perda de peso e melhora na qualidade de vida, com o intuito de criar novos hábitos saudáveis nos participantes e por consequência, no público que assiste. Desse quadro, surgiram as duas críticas a seguir, que possuem pontos de vistas contrários.  

Os participantes da disputa

O texto “'Medida certa' pratica o 'reality' como ele dever ser”, de Patrícia Kogut – jornalista e colunista no portal O Globo –, faz uma crítica positiva ao quadro realizado pelo Fantástico. A crítica usa o elemento de comparação, quando ela liga o quadro à identificação que as pessoas têm, com a ideia de superação e as dificuldades enfrentadas no processo de perda de peso. A jornalista nos leva a pensar, que esse é um tipo de reality que tem sua credibilidade e que não é mascarado, diferente de Big Brother, onde os personagens são moldados. Nesse caso, ao citar outros programas do gênero, ela usa do poder de exemplificação. Ao fim de sua crítica, ela afirma que deve haver “celulites e suor”, tornando assim o quadro o mais real possível, e sugere também a leitura da crítica de Maurício Stycer, que tem uma opinião contrária à dela.

Maurício Stycer é jornalista, repórter, crítico do portal UOL e colunista na seção "Ilustrada" na Folha de SP. Sua crítica "O ácido úrico da Preta Gil", não vê com olhos tão positivos o quadro realizado pela emissora. O autor usa logo no início de seu texto, exemplos de episódios ocorridos da edição passada, com Ronaldo. Após isso, ele explica o quadro atual e cita números das avaliações médicas, passadas na televisão - números esses, que segundo Stycer, foram expostos de maneira inadequada -. Assim, o autor termina dizendo que o Fantástico acertou no tema obesidade, que deve sim ser tratado e alertado na TV, mas que pecou no modo como foi feita sua exposição, com isso se tornou mais um quadro apelativo e com único intuito de competitividade de ibope na televisão brasileira.

Crítica disponível: Patrícia Kogut e Maurício Stycer

Amanda da Silva Barbosa





Análise da Crítica do filme “2 Coelhos” por Pablo Villaça


           
Alessandra Negrini em uma das mais belas cenas do filme


O crítico inicia seu texto avaliando o diretor do longa, Afonso Poyart, citando seus erros e acertos, pontos que serão repetidos em outros parágrafos. Ele afirma que, por ser o primeiro trabalho do diretor, vários recursos utilizados no filme são de outras obras que ele viu durante a vida. Villaça diz, após apresentar alguns erros de Poyart, que toda a mistura de efeitos que ele utiliza acaba gerando um bom resultado: “O mais curioso, portanto, é que seu filme se beneficie tanto de sua empolgação criativa que se mantenha como uma experiência repleta de energia que, mesmo sem ter muita coerência visual, ainda mantém o espectador interessado – e muito – no que está ocorrendo na tela.
           
Nos parágrafos seguintes, Villaça nos apresenta ao elenco do filme e avalia as atuações separadamente, colocando as atuações como um dos pontos fortes do filme. Discorre sobre elementos técnicos, como a montagem e o tratamento de imagem, características que, segundo ele, criaram uma “obra com linguagem moderna e ágil”.

            Ao finalizar a crítica, Pablo Villaça avalia a obra como divertida e jamais entediante, dizendo que o filme de Poyart calaria a boca daqueles que dizem que o cinema brasileiro não consegue realizar filmes de ação e aventura com bons efeitos especiais. Por fim, coloca algumas das críticas que realizou ao diretor em sua conclusão, demonstrando uma boa expectativa: "E agora que Poyart expulsou de seu sistema tudo aquilo que o empolgou em outros filmes, estou curioso para ver o que fará em seguida."


                                                                                                                                                                                                                                                                                                               Marcelo Asty

Crítica disponível aqui